“Não existe planeta B.” Como as multidões estão reagindo aos incêndios da Amazonia no Brasil

by Lilian Schanaider
BIO – Lilian é uma cineasta independente brasileira, que usa o poder do storytelling audiovisual para expressar a narrativa do Brasil – um país de diversas culturas espalhadas por vastos quilômetros de terra e de origens históricas distintas.
August 26, 2019

“Matar a Amazônia é suicídio. “ Manifestantes se reúnem na praia de Ipanema.
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De acordo com Bolsonaro, os incêndios poderiam ser parcialmente alimentados pelo desmatamento criminoso para exploração econômica de terra, mas também poderiam ser um esforço de ONGs para difamar a imagem do atual presidente depois que ele ordenou cortes orçamentários as organizações. O comentário inadequado veio depois que a Nasa divulgou imagens de satélite dos corredores de fumaça que percorreram os estados, transformando o dia em noite na cidade de São Paulo.

Multidões também se reuniram no centro da cidade.
Os cartazes reivindicam a justiça ambiental e o reconhecimento de pesquisas que destacam a correlação entre o desmatamento e o aumento de incêndios na floresta tropical.
O presidente e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, nomeado por Bolsonaro em janeiro, se recusaram a reconhecer as estatísticas.
As marchas foram apartidárias, mas a multidão mostrou sua insatisfação a Bolsonaro e sua atual postura ambiental.
Segundo o Instituto de Pesquisa da Amazônia (IPAM), os incêndios têm mais a ver com o desmatamento do que com uma estação seca mais rigorosa, e os focos de calor já são 60% mais altos do que nos três anos anteriores. No entanto, tanto o ministro Salles quanto o presidente parecem concordar que a preservação da floresta amazônica e a proteção das demarcações de terras indígenas podem prejudicar o lucro do agronegócio. O ministro já esteve vinculado a fraudes ambientais, atuando em favor das indústrias de mineração durante seu período anterior como Secretário do Meio Ambiente em São Paulo.

“FORA RICARDO SALLES”. Manifestantes não estão satisfeitos com o Ministro do meio ambiente Ricardo Salles e o presidente Jair Bolsonaro.
As manifestações acaloradas porem pacíficas são lideradas por estudantes universitários, artistas, ativistas, professores e ambientalistas que temem as consequências da atual ideologia ruralista não apenas no meio ambiente, mas também nas frentes internacional, política e econômica.
Os incêndios já causaram controvérsias no acordo UE-Mercosul com vários líderes internacionais que visaram sancionar o Brasil, ameaçando o comércio com o país ambientalmente inflamado. Depois de muito debate, os líderes do G7 finalmente concordaram em ajudar financeiramente e tecnicamente o Brasil depois que os incêndios forem interrompidos.
A pressão internacional e a repercussão dos protestos forçaram Bolsonaro a agir e enviar membros das forças armadas para conter o incêndio, mas ainda há muito a questionar sobre a vontade do presidente de proteger o ecossistema mais biodiverso do mundo e sua população indígena remanescente.

“LUTO AMAZONIA” e “FORA BOZO”

Protestando contra os incêndios e a poluição.
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Os espíritos da floresta pedem socorro..
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